quarta-feira, março 26, 2008

Ainda sobre a água

O mundo inteiro comemorou o Dia Internacional da Água no dia 22 de março último, ou pelo menos, deveria comemorar desde 1992, data instituída durante a conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) ocorrida no Rio de Janeiro. Em nosso país deveria haver maior comemoração nesse dia, não só porque essa deliberação ocorreu aqui, mas também porque é aqui que se concentra grande parte de toda a água doce da Terra. E mais, aqui, na Amazônia esse dia deveria ser de grandiosa repercussão, pois o Brasil detém cerca de 12% da água doce disponível no mundo e mais da metade (54%) desse total localiza-se na Amazônia e na bacia do rio Tocantins, onde está a menor população por quilômetro quadrado do país. Das águas do planeta, menos de 3% são doces e, destas, mais de dois terços estão inacessíveis para consumo humano. Mas, o último dia de comemoração do líquido precioso, uma das fontes de vida, passou literalmente em brancas nuvens. Se aqui em nossa capital houve alguma comemoração, não foi com a dimensão que o assunto merece e nem com a publicidade e participação necessária da coletividade. O assunto da água potável já foi abordado neste espaço, quanto a sua importância e as previsões aterradoras diante de seu uso desordenado. Deveria, portanto, ser sempre o assunto do dia. O coreano Ban Ki-moon, atual secretário-geral da ONU, já em 2005 destacou a importância de adotar medidas em relação a uma crise que afeta mais de uma em cada três pessoas do mundo, assim se manifestando: “Péssimas condições de saneamento combinadas com a falta de água potável e de condições de higiene contribuem para as terríveis taxas de mortes associadas ao problema". E no mesmo ano o período de 2005 a 2015 foi proclamado através de resolução da ONU, de a Década Internacional da Ação sobre o tema “Água, Fonte de Vida”, preconizando uma ação mais coordenada para alcançar os objetivos internacionalmente acordados no domínio do acesso à água e ao saneamento. Diante de tal recomendação se esperava e se espera sempre dos governos estadual e municipais do Pará maior empenho, maior difusão e atenção a um tema vital, principalmente porque a comemoração deste ano coincidiria com a comemoração do Ano Internacional do Saneamento, um outro grave problema que atinge bilhões de pessoas do planeta Terra. Segundo o mencionado organismo internacional, a cada 20 segundos morre uma criança vítima de más condições de saneamento que afetam cerca de 2,6 bilhões de pessoas no mundo, cujos dados foram divulgados no último Dia Mundial da Água. Pouco se viu e quase nada aconteceu com relação ao último Dia Mundial da Água, mas, para o ano que vem, se tiver ainda a oportunidade de espaço na mídia, me anteciparei, estimulando a sociedade a cobrar do Poder Público maior difusão, maiores programas para a educação e diretrizes para a preservação dessa grande fonte de vida. Como não tenho nenhuma garantia de que terei tal oportunidade, mesmo passado o dia, começo aqui meu solitário apelo: vamos nos preocupar e nos envolver mais com a preservação da água?

sexta-feira, março 14, 2008

Lixo: um problema que aumenta

Estádio Olímpico, o “Mangueirão”, em Belém-Pará-Brasil

O que fazer com as embalagens é uma pergunta que está na ordem do dia. O progresso, a tecnologia, ao tempo em que facilita a vida do ser humano, diminuindo esforço e as dificuldades naturais enfrentadas pelos seus antepassados, traz, em contrapartida, gigantescos problemas. Um destes, enfrentado pela geração atual, tendente a aumentar gradativamente, é o lixo. O que fazer com o lixo produzido diariamente? A Europa já enfrenta problemas gravíssimos em saber o que fazer com o lixo produzido. Recentemente oito países europeus, entre os quais Itália e França, receberam alerta final da Corte Européia de Justiça, sob pena de multas graves, para implantar leis que estabeleçam diretrizes para lidar com o lixo elétrico e eletrônico, tendo em vista as formas erradas de descartar equipamentos eletrônicos, incluindo os de informática e telecomunicações, pois muitos de seus componentes contêm metais pesados que são prejudiciais à saúde humana e de animais, por causar contaminação da água. Na China, onde a população consome 3 bilhões de bolsas descartáveis por dia, uma grave ameaça ao meio ambiente, segundo noticiado no início do ano, as lojas estarão proibidas de dar sacolas plásticas a seus clientes a partir de 1º de junho. A distribuição gratuita e a produção de bolsas plásticas com uma espessura inferior a 0,025 milímetro ficarão proibidas. Segundo uma ordem divulgada pelo Conselho de Estado, a distribuição gratuita e a produção de bolsas com uma espessura inferior a 0,025 milímetro ficarão proibidas, com uma pena de multa ainda não especificada. O governo chinês quer que a população volte a usar bolsas de tela e cestas para acondicionar suas compras. A diferença do lixo doméstico produzido na primeira metade do século passado para os dias atuais é que antes grande parte era composta de material de fácil decomposição, algum até servindo de adubo, diferentemente com o de hoje quando predomina o plástico, cujo tempo de decomposição na natureza é estimado em mais de cem anos. No início desta semana foi aberto no Pátio Brasil Shopping, em Brasília, a exposição Boas Práticas e Inovações em Embalagens, que marca o lançamento da campanha Consumo Consciente de Embalagens, do Ministério do Meio Ambiente (MMA), cuja iniciativa pretende fazer com que o consumidor reflita sobre os muitos invólucros dos produtos que consume no dia-a-dia, coincidindo essa exposição com a Semana do Consumidor, encerrando no sábado, 15. A exposição pretende estimular o consumidor a prestigiar empresas preocupadas com o meio ambiente e a demandar do mercado que novas alternativas e soluções sejam empregadas em larga escala. Haverá distribuição de material informativo sobre o tema e apresentação de iniciativas que privilegiem o uso racional de embalagens. Segundo técnicos do Departamento de Economia e Meio Ambiente, do MMA, a idéia é levar o consumidor a avaliar a quantidade de embalagens que ele leva ao comprar um produto e, assim, a decidir se de fato precisa de todas elas, ressaltando que é preciso avaliar a embalagem tendo em mente alguns critérios: se é reciclável, se pode ser reutilizada, se é feita de material reciclado e qual o consumo de energia e matéria-prima empregados para fabricá-la. Esse tipo de iniciativa do MMA, precisa chegar a nossa Região e por aqui e ser implementado, cabendo aos representantes do povo pleiteá-la junto ao Poder Público, disponibilizar parcerias e estimular a coletividade a participar de um problema que é de todos, pois, já se antevê, conforme estudos técnicos, que diante da crescente produção de lixo não haverá no futuro mais local para seu descarte, problema que vem sendo enfrentado atualmente pela Europa.

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No Brasil, vige desde 22 de julho de 1999 (data de publicação), a Resolução 257, do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), estabelecendo a obrigatoriedade de procedimentos de reutilização, reciclagem, tratamento ou disposição final ambientalmente adequada para pilhas e baterias que contenham em suas composições chumbo, cádmio, mercúrio e seus compostos. Alguém lembra de ter feito o descarte da velha bateria de celular adequadamente?

quarta-feira, março 05, 2008


Matas ciliares: alguém sabe?


Alguém já ouviu falar em mata ciliar? Muitos já ouviram, porem não atentaram para o seu significado e importância. Mas, de cílio todo mundo já ouviu e sabe, porque todos nós temos. É cada um dos pelos das pálpebras, a pestana. E para que servem os cílios? Como pequenas vassouras, protegem os olhos de poeira e pequenos insetos que caiam na região. Algumas mulheres aplicam rímel nos cílios e outras se valem dos cílios postiços, para ficarem mais belas. As matas ciliares, portanto, são os cílios da mata, servindo para protegê-la e embelezá-la. É toda a vegetação natural presente ao longo das margens dos rios e ao redor de nascentes e de reservatórios. É também conhecida como mata de galeria, mata de várzea, vegetação ou floresta ripária. E, conforme estabelece a Lei 4.771/65 (Código Florestal) e a Resolução 302/2002 do Conselho Nacional de Meio Ambiente, a mata ciliar é considerada área de preservação permanente (um outro tema a ser abordado oportunamente), com diversas funções ambientais, devendo respeitar uma extensão específica de acordo com a largura dos rios, córregos, lagos, represas e nascentes. As matas ciliares têm fundamental importância para o equilíbrio ecológico, oferecendo proteção para as águas e o solo, reduzindo o assoreamento dos rios, lagos e represas e impedindo o aporte de poluentes para o meio aquático, prevenindo erosões, desempenhando o papel de filtro a preservar também o recurso mais importante para o suporte da vida: a água. Além disso, formam corredores que contribuem para a conservação da biodiversidade, fornecendo alimento e abrigo para a fauna com a manutenção de seu habitat e constituem barreiras naturais contra a disseminação de pragas de doenças da agricultura e, durante seu crescimento, absorvem e fixam dióxido de carbono, um dos principais responsáveis pelas mudanças climáticas que afetam o planeta. Há poucos anos, já no atual século, uma grande empresa de nosso Estado foi responsável pelo vazamento de resíduos de sua produção industrial, lançado para a mata ciliar próxima, causando danos irreparáveis ao meio ambiente e população ribeirinha, aniquilando a fauna ictiológica (peixes) local, inclusive a chamada mesofauna, constituída de minhocas e insetos, responsável pela decomposição da matéria orgânica. Com toda essa importância e função, as matas ciliares, os cílios da mata, precisam de maior atenção para sua preservação, seja do Poder Público como de toda a coletividade, para sua defesa e preservação. E a natureza agradece, não, a humanidade.

Salmo 133 - A excelência do amor fraternal - 08/05/2020

Lá pelo ano de 2000 eu fiz uma melodia para o Salmo 133, um salmo que eu já lera muito e que me levou a dar o nome HERMOM ao meu primeiro fi...