quarta-feira, julho 01, 2009










Nem sempre ganha o melhor




Recebi em meu correio eletrônico um vídeo musical. Trata-se de um septeto de cordas, com cinco violas (ou cavaquinhos) e dois violões, executando a música tema de um filme de faroeste, intitulado no Brasil de “Três homens em conflito”, cujo gênero, também chamado de caubói e bangue-bangue, que teve seu auge na primeira metade do século passado com John Wayne seu astro maior, retornou com toda força em meados da década de 60 até o seu final. Os roteristas desses filmes citados pelos críticos de cinema como “western”, criaram vários personagens, dentre os quais, Sartana, Ringo e Django. Um dos atores de maior evidência, que nos states usava o nome de Montgomery Wood, foi o italiano Giuliano Gemma, protagonizando os famosos “western spagetti”, como eram chamados filmes produzidos pelos seus patrícios. Mas, o grande ator dessa fase prosseguiu a carreira protagonizando outros gêneros, vindo a ser premiado como ator e diretor. Trata-se de Clint Eastwood, protagonista de alguns filmes de faroeste, dos quais lembro de “Por um punhado de dólares”, “Os abutres têm fome” e “Três homens em conflito”, este último, cujo título americano é “The good, the bad and the ugly”. O bom, o mau e o feio (da tradução literal), são encarnados, respectivamente, por Eastwood, Lee Van Cleff e Eli Wallach. E o filme, para quem gosta do gênero, é um filmaço! Os produtores italianos investiam na trilha sonora, sempre entregue ao grande Ennio Morricone, de grandes obras nesse estilo. Me pergunto por que aquela música não ganhou o Oscar de melhor trilha sonora? Nem sequer indicado. Mas lembro que nem sempre ganha o melhor. Talvez pelo preconceito à época ao gênero da obra, exemplo de injustiça, premiando a articulação e o prestígio de quem estava mais próximo do poder, no caso, da Academia de Artes de Holywood. Mas a música seguiu o curso do tempo, como gostava de citar meu saudoso professor Veríssimo, “o perpassar inexorável das centúrias”. Aqueles que viveram as décadas de 60 e 70, se não ouviram a música na tela do cinema, ouviram-na na TV, em algum programa de rádio ou como abertura ou prefixo de algum serviço de rádio de feira, afora as gravações e apresentações da orquestra de Morricone. A música, trilha sonora do filme dos três homens em conflito é simplesmente, espetacular, assim como, a execução do septeto, produzindo oralmente efeitos integrantes do arranjo original escrito ou orientado por Morricone: o assovio mavioso do vento soprando nos ouvidos dos cavaleiros, o tropel de cavalos, vozes fantasmagóricas (como nas lendas) vindas dos cânions comuns no cenário natural, o barulho de chicotadas, tudo relacionado ao gênero de filme para o qual a música foi escrita. Os instrumental e o vocal são magníficos! Vi e ouvi o vídeo várias vezes que é uma delícia, lembrando aqueles filmes. Vale a pena assisti-lo, mesmo quem não viveu aquele tempo, que, com as poucas informações contidas neste texto, mesmo que ligeira e superficialmente, pode aquilatar a obra pela beleza da melodia, arranjo e execução.








2 comentários:

Alan Wantuir disse...

Ei Dr. o senhor tá clínica geral?

ROBERTO PIMENTEL disse...

Pois é, às vezes a gente tira o paletó, veste um calção e vai jogar bola eh eh

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