quarta-feira, outubro 10, 2007


Investigadores?

“Até tu Brutus”? Dois policiais detentores do cargo de “Investigador de Polícia Civil”, dirigidos por um outro de igual cargo, sendo que dois deles graduados por uma universidade federal, recebem uma incumbência e, ao esbarrarem no primeiro obstáculo devolvem-na ao emissor. Por certo ainda não leram a famosa “Mensagem a Garcia” ou se leram, esqueceram seu conteúdo. O vocábulo “investigador”, que lhes serve para a denominação do cargo que ocupam, significa em nosso vernáculo: pesquisador. Significa também: tira, policial, detetive, aquele que num emaranhado, num mar de dificuldades, procura elucidar um fato obscuro. A literatura policial nos brinda, através de Sir Conan Doyle a figura de Sherlok Holmes e de Agatha Christie o não menos famoso Hercule Poirot. E estes personagens, como dizem seus autores, usam suas massas cinzentas para decifrar os enigmas e os desafios que lhe foram impostos. Será que é só na ficção que os detetives vencem dificuldades? Mas, queiram ou não queiram nossos personagens de fato, a lei lhes impõe como um de seus deveres o de “coletar elementos para a elucidação de infrações penais ou administrativas para instrução dos respectivos procedimentos legais” (art. 39). Mas, neste caso eles assinam um minúsculo relatório assinalando que “Não foi possível realizar a missão uma vez que a ordem de serviço não contém o endereço da denúncia, limitando-se ao nome do residencial como bosque Bairro Bosque Araguaia...” (sic). E solicitam cópia do ofício 032/2006-MP/1ª Promotoria de Justiça de Icoaraci, onde acreditam (ora, eles acreditam!! Hosana (salve!), como disse Helbert Hubart em sua crônica fabulosa, eles acreditam que no ofício deve conter o que precisam, mas devolvem a ordem para que lhes seja dada uma cópia, quando poderiam ir buscar na própria promotoria, ou no cartório desta divisão ou mesmo pessoalmente com este delegado. Mas não, preferiam a irritante, inquietante e vagarosa burocracia (não confundir com burrocracia). Ora meus colegas (não é coléguas), vão pesquisar, vão investigar, façam jus ao nome do cargo que honrosamente ostentam e deixem a burocracia para quem não possui a liberdade e o poder de iniciativa que vossas excelências possuem, senão eu vou ter que eu mesmo ir a campo. Mas aí o desfecho será diferente. Dou-lhes não mais que dois dias para que me tragam, não a mim, mas a Administração Pública, um resultado positivo. É isto.

Belém, 30/05/2006






Um comentário:

Anônimo disse...

Experiência, não valendo como comentário.

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