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Meninos amazônidas brincam na maré - o curuminzinho do centro é meu filhinho Jordão, então com 6 anos |
Enfim sex
Não poderia encerrar o ano sem falar desta conquista! No dia 16 de outubro último entrei para o seleto clube dos sex. É, até que enfim, sou sexagenário! Pensar que já se passaram sessenta anos desde minha chegada a este mundo de meu Deus. Iniciei o ciclo especial de minha vida! Na Europa ainda esperaria mais alguns anos, mas aqui em nosso País, legalmente sou definitiva e irreversivelmente idoso! Algum lamento? Algum desespero? Não, de jeito nenhum! Inclusive já recebi tratamento preferencial, mais por iniciativa dos circunstantes, nos atendimentos de bancos e lojas. E eu aproveito, acho interessante. Nesse curso, muitas decepções de várias naturezas, tristezas, aflições, perdas, mas incontáveis vitórias e surpresas memoráveis, alegrias, bênçãos e mais bênçãos. Alcancei uma etapa que milhares de bebês de minha época não chegaram. Também, muitas crianças e jovens, ficaram pelo caminho! Meus Deus, sou um privilegiado! Tudo pela santa misericórdia. Lembro aqui as palavras do "profeta das lágrimas" em suas Lamentações: “As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos; elas não têm fim e se renovam a cada manhã ...” (3:22,23). Penso que instintivamente já vinha me preparando para isto. Aproveitei, quando criança, adolescente, jovem e já maduro, meu tempo em demoradas conversas com meus avós. Ah meu DEUS, quanta saudade daqueles tempos! Primeiro com as historinhas infantis, contos, depois as histórias, experiências e ensinamentos da vida. Sempre fui atencioso com os velhos, não tanto pelo temor da lei da semeadura, mas porque sempre achei prazeroso e utilíssimo esse contato. Os jovens de hoje perdem uma oportunidade valiosa ao dispensarem a conversa com os mais velhos. Conheci minha avó materna, nascida, como ela gostava de dizer, no ano da República, 1889 e meu avô materno também nascido no século 19, ambos partindo quando já haviam alcançado mais de oitenta. Com minha amada mãe que está com 86 e que muitíssimo me ajudou e tem me ajudado, tanto material como espiritualmente, com sua inquebrantável fé, esse contato é constante. Não sei quanto tempo ainda me resta, só o SENHOR sabe, mas estou satisfeitíssimo, satisfeitissíssimo, como gosta de dizer meu caçula, e como dizia meu pai, já me dou por bem contente. E ponha bem nisso. Menino nascido no interior, grande parte do tempo das minhas brincadeiras foi gasto na subida em mangueiras e cajueiros do nosso quintal, banhos na maré, pulando do alto da ponte do Itacoã, em Maracanã meu torrão natal. Alfabetizado pela dona Nazinha, passando pela escola isolada da localidade de Santo Antonio do Urindeua, onde minha mãe lecionou quando para lá fora removida por perseguição política. Depois o grupo escolar, o colégio estadual, a escola técnica federal e por fim a universidade federal quando já era pai, graduando-me em Direito, por onde ainda obtive dois títulos de pós-graduação. Tive apenas duas irmãs, mas o SENHOR, sempre Ele, presenteou-me com quatro filhos. Primeiro uma filha, depois um filho, os quais seguem pela mesma área acadêmica da qual ingressei e já despontam como vitoriosos em suas atividades profissionais. Mais de vinte anos depois eu viria ser novamente presenteado com dois filhos. Cito aqui o salmista Davi; “Eis que os filhos são herança do SENHOR, e o fruto do ventre o seu galardão”. Fui vendedor autônomo, lavrador e trabalhei maior parte da vida no serviço público e já estou aposentado. Uma de minhas satisfações se dá no encontro diário com as centenas ou milhares de pessoas com quem de alguma forma me relacionei nesse mais de meio século de vida: amigos de infância, de adolescência, do colégio, da caserna, dos cursos acadêmicos, da atividade policial, da advocacia, da igreja, das numerosas viagens, dos locais por onde passei a serviço, de parentes e afins que cada dia tem seu número aumentado. Mas, de tudo isso realço a coisa mais importante, a misericórdia de DEUS, que volto a mencionar, lembrando o cântico de PAULO em sua carta aos romanos de que, “se Deus é por nós, quem será contra nós”? E que “somos mais do que vencedores por aquele que nos amou”, Cristo. E é assim que me sinto, sem nenhuma arrogância ou vaidade, vencedor, mais que vencedor.