quarta-feira, maio 07, 2008

Conferindo consciência ambiental e ética

Ao concluir um de meus trabalhos acadêmicos sobre educação ambiental, apresentei uma série de sugestões, dentre as quais, a divulgação de textos resumidos da Agenda 21 e elaboração e difusão de sua versão local, conforme recomendação da própria agenda de que “cada autoridade local deve iniciar um diálogo com seus cidadãos, organizações locais empresas privadas e aprovar a sua versão local”. Já me manifestei neste espaço sobre a Agenda 21, elaborada durante o encontro intergovernamental de 1992, no Brasil, a chamada Rio-92 que, segundo Imme Scholz (diretora do Instituto Alemão de Política do Desenvolvimento) é uma coleção de idéias, conceitos e princípios norteadores que visam demonstrar o que cada segmento social pode fazer em prol de um desenvolvimento econômico e social que seja compatível com a proteção das bases naturais da vida no âmbito local, bem como nos âmbitos nacional e internacional. Portanto, é de vital importância sua difusão ao máximo, para que cada pessoa interessada em colaborar nessa tarefa conte com o conhecimento já acumulado a esse respeito. Em um de seus 40 capítulos a Agenda 21 trata da promoção do ensino e da conscientização, estabelecendo as duas espécies de educação ambiental: a formal e a não-formal, indispensáveis para modificar a atitude das pessoas, propiciando a estas a capacidade de avaliar os problemas do desenvolvimento sustentável e abordá-los. O ensino é também fundamental para conferir consciência ambiental e ética, valores e atitudes, técnicas e comportamentos em consonância com o desenvolvimento sustentável e que favoreçam a participação pública efetiva nas tomadas de decisão. Para ser eficaz, o ensino sobre o meio ambiente e desenvolvimento deve abordar a dinâmica do desenvolvimento do meio físico/biológico e do sócio-econômico e do desenvolvimento humano (que pode incluir o espiritual), deve integrar-se em todas as disciplinas (daí seu caráter inter, trans e multidisciplinar) e empregar métodos formais e informais e meios efetivos de comunicação. Vários são os objetivos propostos para tratar da educação ambiental, feitos de forma extensa, envolvendo cada país signatário, seus governos e todos os setores da sociedade, desde as universidades e demais instituições de ensino, a indústria, sindicatos, as associações profissionais, professores, administradores, planejadores educacionais, as populações indígenas, assim para educadores informais de todos os setores, considerando o caráter e os métodos de ensino sobre meio ambiente e desenvolvimento e utilizando a experiência pertinente das organizações não-governamentais. Todo esse envolvimento da sociedade se resume em formar a consciência pública, sensibilizar as pessoas, fomentar o senso de responsabilidade pessoal em relação ao meio ambiente e uma maior motivação e dedicação em relação ao desenvolvimento sustentável, com a maior brevidade possível, lutando para facilitar o acesso à educação sobre o meio ambiente e o desenvolvimento, vinculada à educação social desde a idade escolar primária até a idade adulta em todos os grupos da população, promovendo a integração de conceitos de ambiente e desenvolvimento, em todos os programas de ensino, em particular a análise das causas dos principais problemas ambientais e de desenvolvimento em um contexto local, recorrendo para isso às melhores provas científicas disponíveis e a outras fontes apropriadas de conhecimentos, e dando especial atenção ao aperfeiçoamento do treinamento dos responsáveis por decisões em todos os níveis. As autoridades educacionais devem promover métodos educacionais de valor demonstrado e o desenvolvimento de métodos pedagógicos inovadores para sua aplicação prática. E as escolas devem estimular a participação dos alunos nos estudos locais e regionais sobre saúde ambiental, inclusive água potável, saneamento, alimentação e os ecossistemas e nas atividades pertinentes.
(Publicado no jornal FOLHA DO POVO, edição de 09/5/2008, Belém-PA)

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