sexta-feira, maio 25, 2007




Começar de novo

O Paysandu - Papão da Curuzu é um dos três únicos clubes brasileiros a ganhar do temível e famoso Boca Juniors na Copa Libertadores da América, em pleno estádio La Bombonera, em 2003. Antes, apenas Santos(1963) e Cruzeiro (1994) conseguiram essa façanha. E às vésperas de iniciar na terceirona de 2007 a campanha de retorno às séries de elite do futebol brasileiro, publico aqui a croniqueta feita quando caímos ano passado.

Com versos da canção de Ivan Lins, respondi a mensagem de minha filha que também é torcedora Paysandu, como meus demais filhos, quando esta lamentou o Papão da Curuzu na terceirona. “Começar de novo / e contar comigo (o fiel torcedor) / vai valer a pena / ter sobrevivido ...”. Já esperava por isso, apesar de ser o ponto discordante entre colegas e amigos torcedores, quando ainda faltavam umas sete rodadas. Não querendo ser Cassandra, meu vaticínio se fundava na situação de que o apaixonado torcedor não quer ver e nem aceitar, sempre na esperança do milagre, da superação, da volta por cima e outras formas de expectativas positivas. Por muito tempo a geografia vai ser um grande obstáculo para nossos clubes se estes insistirem nos chamados “importados” que não se importam com a gente. Além do mercenarismo devem sofrer com a mudança de hábitos dos amazônidas e com a saudade de familiares e amigos seus, atacados pelo enfado da solidão, principalmente, porque vão lá próximo jogar (Rio, São Paulo, Minas), nem sempre conseguindo rever os seus, para em seguida retornarem para um lugar que não é seu. E mais, as idas e vindas, de um pólo a outro, esgotam física e psicologicamente os atletas. Não vou me ater a escalações por causa do espaço, mas quem quiser vá conferir nos anais que nossos clubes quando tiveram suas maiores conquistas tinham um time com a maioria formada pelos jogadores “prata-de-casa”. E é natural que os nascidos ou criados aqui, mesmo que não estejam vestindo a camisa do clube do coração, de uma certa forma estão defendendo a pátria chamada Pará, um clube que dezenas, centenas de amigos e familiares torcem, fazendo tudo para trazer um bom resultado e compartilhar dos louros nos braços dessa gente, sem contar a massa torcedora. Mas a dura lição está ai. Passada a fase das esperadas e necessárias gozações, tempero de uma saudável rivalidade quase secular, é hora de começar de novo, juntar os caquinhos e virar um fênix (o pássaro mitológico que ressurge das cinzas). E para isso, basta ter sobrevivido como aconteceu!



26/11/2006

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