domingo, maio 27, 2007

Saudades da Millie
Vão-se os nossos bichinhos e ficam, a saudade e lições imorredouras. Millie se vai em época festiva, de balões, foguetes, fogueiras e de crianças vestidas de caipiras dançando alegres antecipando as férias escolares.Segundo minha filha Robina, Milie chegou a este mundo em outubro de meu aniversário. Veio logo após a partida do gato Chinho. Não preencheu a lacuna deste e nenhum outro preencherá a sua, pois cada um teve sua importância em nossas vidas. Quando a Bina comemorar no mês de junho seus aniversários lembrará da Pepetinha (como eu a chamava). Foram dez anos de fiel companhia, humildade e amor, mesmo a seu modo, às vezes rosnando feio. Meu filho Hermom, seu “pai”, dizia que essa era a marca de sua personalidade forte. Penso que os animais têm vida breve para que não se tornem chatos e nem inoportunos em nossas constantes mudanças de ciclos. Quando chegam em nossa infância, ao nos tornarmos adultos lá se vão eles, nos tornando mais unidos a chorar suas partidas. Parecem se contentar com o tão pouco que lhes damos: rápidos passeios e apressados segundos de afagos, ficando em casa enquanto saímos para trabalhar, passear e nos divertir, enquanto eles nos aguardam para as boas vindas latindo e abanando a cauda. Imagino Millie chegando ao céu, sendo recepcionada por todos seus filhos que já se foram. Papudinho e Sahuri dirão “Ohhhiii mammaãe, estávamos lhe esperando para brincar”. E os outros que partiram mais cedo completarão “Puxa mamãe, quanta saudade, a senhora está tão bonita”. Seguem-se beijos (lambidas) no rosto. Penso também que eles não poderiam esperar tanto a mamãe.E não poderíamos ser egoístas em quere-la tanto tempo conosco. Os cães têm um ciclo entre nós. Millie, vaidosa, não quis envelhecer e resolveu partir para reencontrar-se com seus filhotes, recebendo durante os seus últimos dias de vida terrena a atenção e o carinho que lhe faltaram. Ela deve ter até rido intimamente do Tyson, companheiro e pai de vários filhos, por ter ficado no canto nos últimos dias. Foi sua doce vingança. Mas, até se divertiu, mesmo doente, deu a última canja pro “doente” Tyson. Seus restos materiais ficarão guardados no quintal, próximo daqueles que tanto a amaram. Mas sua imagem se multiplicará em nossos corações onde morará até nossos últimos dias. Até um dia querida, todos dizemos.

Belém, 07/06/04

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