São Paulo/SP, 20/8/2007
sábado, outubro 20, 2007
São Paulo/SP, 20/8/2007
quarta-feira, outubro 10, 2007
“Até tu Brutus”? Dois policiais detentores do cargo de “Investigador de Polícia Civil”, dirigidos por um outro de igual cargo, sendo que dois deles graduados por uma universidade federal, recebem uma incumbência e, ao esbarrarem no primeiro obstáculo devolvem-na ao emissor. Por certo ainda não leram a famosa “Mensagem a Garcia” ou se leram, esqueceram seu conteúdo. O vocábulo “investigador”, que lhes serve para a denominação do cargo que ocupam, significa em nosso vernáculo: pesquisador. Significa também: tira, policial, detetive, aquele que num emaranhado, num mar de dificuldades, procura elucidar um fato obscuro. A literatura policial nos brinda, através de Sir Conan Doyle a figura de Sherlok Holmes e de Agatha Christie o não menos famoso Hercule Poirot. E estes personagens, como dizem seus autores, usam suas massas cinzentas para decifrar os enigmas e os desafios que lhe foram impostos. Será que é só na ficção que os detetives vencem dificuldades? Mas, queiram ou não queiram nossos personagens de fato, a lei lhes impõe como um de seus deveres o de “coletar elementos para a elucidação de infrações penais ou administrativas para instrução dos respectivos procedimentos legais” (art. 39). Mas, neste caso eles assinam um minúsculo relatório assinalando que “Não foi possível realizar a missão uma vez que a ordem de serviço não contém o endereço da denúncia, limitando-se ao nome do residencial como bosque Bairro Bosque Araguaia...” (sic). E solicitam cópia do ofício 032/2006-MP/1ª Promotoria de Justiça de Icoaraci, onde acreditam (ora, eles acreditam!! Hosana (salve!), como disse Helbert Hubart em sua crônica fabulosa, eles acreditam que no ofício deve conter o que precisam, mas devolvem a ordem para que lhes seja dada uma cópia, quando poderiam ir buscar na própria promotoria, ou no cartório desta divisão ou mesmo pessoalmente com este delegado. Mas não, preferiam a irritante, inquietante e vagarosa burocracia (não confundir com burrocracia). Ora meus colegas (não é coléguas), vão pesquisar, vão investigar, façam jus ao nome do cargo que honrosamente ostentam e deixem a burocracia para quem não possui a liberdade e o poder de iniciativa que vossas excelências possuem, senão eu vou ter que eu mesmo ir a campo. Mas aí o desfecho será diferente. Dou-lhes não mais que dois dias para que me tragam, não a mim, mas a Administração Pública, um resultado positivo. É isto.
Belém, 30/05/2006
segunda-feira, junho 25, 2007
Belém, 26 de junho de 2002
quinta-feira, maio 31, 2007
Jorge Pimentel
Clareou na encruzilhada
Belém, 18/4/2007
quarta-feira, maio 30, 2007

terça-feira, maio 29, 2007
segunda-feira, maio 28, 2007
Já faz muitos anos. Um dia cheguei a casa dos meus pais e o assunto era a prima Raquel, filha de uma prima do pai. Como na canção de Caimi, sua mãe pegara um Ita no Norte e fora pro Rio morar. E lá tivera a Raquel. Passaram-se os anos e um dia a prima carioca querendo buscar suas raízes, resolveu vir a passeio a nossa Belém à época do Círio de Nazaré. Ficara decidido que a prima turista seria recepcionada no aeroporto de Val-de-Cães. Minha irmã mais nova, afeita a etiquetas resolveu programar o que faríamos e como nos portaríamos. Resolvi aderir a comissão de recepção, levando de roldão meus dois filhos ainda crianças. E no dia da chegada lá estávamos nós ansiosos para abraçar a prima da Cidade Maravilhosa e lhe entregar um pomposo buquê de rosas seguidos dos versos a serem recitados pelos meus filhos. O avião chegaria às 22 horas e com uma hora de antecedência já estávamos marcando presença e sendo alvo da curiosidade de quantos ali estavam. Quem era a tal prima Raquel? Era o que perguntavam os olhares levados a faixa de boas vindas carregada por minha filha e uma adolescente que integrava a comitiva formada por mamãe, minhas duas irmãs, minha filha, meu filho, eu e mais algumas pessoas ligadas à família. Informados do vôo e previsão de chegada nos postamos em frente ao único portão de desembarque do velho aeroporto. E lá chegou um avião. Todos os ocupantes eram cuidadosamente observados por nós, principalmente as mulheres com a descrição cuidadosa e antecipadamente feita por mamãe. É aquela? Não. E aquela ali? Não. Mas deve ser aquela? Não. Também não é aquela, e nem aquela e nem aquela. Os passageiros ainda permaneciam alguns minutos na sala de desembarque esperando a liberação de suas bagagens que chegava pela esteira-rolante e à medida que as apanhavam iam saindo e passando pelo nosso crivo. E até sair o último, nada da esperada prima. É, ela deve ter apanhado outro avião – era o que comentávamos. Sabe como é essas coisas de escala e conexão. Olha, ta chegando um avião do eixo Rio-São Paulo. Mas, dentre os passageiros também não estava o motivo de nossa ansiedade. Ta chegando um avião de Brasília. Também nem sinal da homenageanda desconhecida. E agora? Já era mais de meia-noite. Desolados, enrolamos a bandeira (ou melhor, a faixa) e batemos em retirada resolvidos a voltar pela manhã quando chegariam outros vôos da terra do Pão de Açúcar. Em casa de meus pais ligamos pra casa onde ficaria hospedada a prima e depois de insistentes telefonemas e atendimentos suspeitos, soubemos que a prima chegara. Entretanto, cansada, já se recolhera e que no dia seguinte viria a casa de meus pais. Como? Ela chegou pelo aeroporto? Como passou pelos nossos olhares argutos? Meu sangue de índio amazônida ferveu e eu não quis mais conversa. Depois vieram variadas desculpas esfarrapadas que não me convenceram. Daquela noite restaram algumas fotos que depois sumiram. Soube que mamãe mandou para a tal prima que ficara comovida (?) com o que viu (nas fotos)!? Reconstituímos variadas vezes a situação. E a conclusão sempre foi a mesma. A prima que era rica, colunável à la Mayrink, ficou com vergonha daquela recepção suburbana, que pode até lhe ter tocado a alma, mas não aceita por seu lado chique. Seus anfitriões locais devem ter contribuído para que a prima não se submetesse ao vexame de uma recepção brega demais. Tudo isso passou por nossa cabeça, mas definhou com o tempo. Também porque aquele episódio parece não ter influído e nem contribuído em nossas vidas. Lamentável que deixamos de conhecer mais uma pessoa da nossa genealogia. O sol se pôs e nasceu muitas vezes. Passaram longas luas como dizem os índios dos filmes americanos. Aqui e acolá lembrávamos daquela situação e ríamos a valer, de como às vezes nos tornamos ridículos, com docilidade canina, para alegrar os outros, mesmo a alguém que não conhecemos. Choveu milhares de vezes nesta abençoada terra do antigo Grão Pará. E sucederam outros acontecimentos. Dias atrás mamãe perguntou se eu não me importaria em participar de um jantar, um almoço ou alguma coisa assim com a prima Raquel. Claro que não! Os tempos são outros. Aprendi na vida que devemos nos desfazer daqueles sentimentos negativos de situações mal resolvidas, decepções, recalques, frustrações, brigas, mágoas, complexos e outros que nos fazem mal. Devemos nos desfazer dessas batatas podres se quisermos ser verdadeiramente felizes. E aqui estou eu disposto mais uma vez a ir encontrar, recepcionar ou qualquer outro tipo de coisa a tal prima Raquel, mesmo que aconteça, o que duvido muito que ocorra, outro desencontro. Mas se ocorrer garanto uma coisa, desta vez será totalmente diferente. Não saio nem um pouquinho chateado. Não mesmo, de verdade, porque, passados todos esses anos tenho sido presenteado dia a dia pela vida e não é qualquer desfeita, acho que nenhuma mesmo, que me impedirá de sorrir como faço todos os dias. Graças a Deus!
domingo, maio 27, 2007
Belém, 07/06/04
sábado, maio 26, 2007
Diálogo entre pai e filha
– Papai – disse minha filha Robina, então com seis anos, querendo minha atenção – não leia! – Por que o senhor lê? – continuou a menina.
Eu estava relendo “1984”, de George Orwel e para não perder a concentração, ainda ensaiei uma resposta.
– Bem, porque ... – mas, fiquei divagando. Depois resolvi também perguntar:
– Por que vocês – referindo-me a seu irmão Hermom – vêem TV?
– Porque é engraçado! – devolveu a menina, sem titubear.
– Bem, então eu gosto de ler – querendo encerrar o diálogo – porque é engraçado ...
Robina ficou me olhando pensativa, depois dirigiu-se à estante e voltou a atacar:
– Papai, isso é engraçado? – abrindo um livro leu um trecho – “o Paraguai estava quebrado para sempre”. Isso é engraçado?
Referia-se ao livro “Guerra do Paraguai – Genocídio americano”.
Bem, não era engraçado, mas passei a rir muito.
NOTA – Anotação feita na contra-capa do livro “1984”, de George Orwell, que eu estava relendo em 1985. O livro, escrito em 1948, fora relançado em comemoração ao título. O reality Big Brother é inspirado no livro futurista que fala de um sistema de governo totalitário que monitorava os passos de cada indivíduo, através de câmeras instaladas em todas as casas, aparecendo na tela uma figura emblemática de um homem, denominada de Grande Irmão.
07/08/1985
sexta-feira, maio 25, 2007

O Paysandu - Papão da Curuzu é um dos três únicos clubes brasileiros a ganhar do temível e famoso Boca Juniors na Copa Libertadores da América, em pleno estádio La Bombonera, em 2003. Antes, apenas Santos(1963) e Cruzeiro (1994) conseguiram essa façanha. E às vésperas de iniciar na terceirona de 2007 a campanha de retorno às séries de elite do futebol brasileiro, publico aqui a croniqueta feita quando caímos ano passado.
Com versos da canção de Ivan Lins, respondi a mensagem de minha filha que também é torcedora Paysandu, como meus demais filhos, quando esta lamentou o Papão da Curuzu na terceirona. “Começar de novo / e contar comigo (o fiel torcedor) / vai valer a pena / ter sobrevivido ...”. Já esperava por isso, apesar de ser o ponto discordante entre colegas e amigos torcedores, quando ainda faltavam umas sete rodadas. Não querendo ser Cassandra, meu vaticínio se fundava na situação de que o apaixonado torcedor não quer ver e nem aceitar, sempre na esperança do milagre, da superação, da volta por cima e outras formas de expectativas positivas. Por muito tempo a geografia vai ser um grande obstáculo para nossos clubes se estes insistirem nos chamados “importados” que não se importam com a gente. Além do mercenarismo devem sofrer com a mudança de hábitos dos amazônidas e com a saudade de familiares e amigos seus, atacados pelo enfado da solidão, principalmente, porque vão lá próximo jogar (Rio, São Paulo, Minas), nem sempre conseguindo rever os seus, para em seguida retornarem para um lugar que não é seu. E mais, as idas e vindas, de um pólo a outro, esgotam física e psicologicamente os atletas. Não vou me ater a escalações por causa do espaço, mas quem quiser vá conferir nos anais que nossos clubes quando tiveram suas maiores conquistas tinham um time com a maioria formada pelos jogadores “prata-de-casa”. E é natural que os nascidos ou criados aqui, mesmo que não estejam vestindo a camisa do clube do coração, de uma certa forma estão defendendo a pátria chamada Pará, um clube que dezenas, centenas de amigos e familiares torcem, fazendo tudo para trazer um bom resultado e compartilhar dos louros nos braços dessa gente, sem contar a massa torcedora. Mas a dura lição está ai. Passada a fase das esperadas e necessárias gozações, tempero de uma saudável rivalidade quase secular, é hora de começar de novo, juntar os caquinhos e virar um fênix (o pássaro mitológico que ressurge das cinzas). E para isso, basta ter sobrevivido como aconteceu!
26/11/2006
quinta-feira, maio 24, 2007
Este singelo e rápido escrito não tem outra pretensão a não ser a de alcançar a razão, a reflexão e a consciência de todo e qualquer indivíduo, seja ele doutor, incipiente, patrão, empregado, idoso, jovem, enfim, a todos as pessoas integrantes da mais comum vítima dos crimes ambientais: a coletividade. Não iremos, portanto, nos ater a teorias jurídicas e aspectos técnicos, biológicos, geológicos ou qualquer outro de cunho acadêmico. Não faz muito tempo, quando ainda não se falava tanto em direito ambiental, é certo que o leitor mais velho já ouvira falar de outros ramos do direito como o constitucional, administrativo, civil, penal, trabalhista etc. Apesar de a Política Nacional do Meio Ambiente ter sido instituída há 24 anos, através da Lei nº 6.938, de 31/08/81, pouco se sabe e muito se necessita aprender, pouco se faz e muito há que ser feito pelo meio ambiente. A Constituição Federal de 1988 ao tutelar o meio ambiente estabelece em seu artigo 225: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.Em 1998, com o advento da Lei nº 9.605, também chamada de Lei da Natureza, foram dispostas as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. Interessante atentar que a lesão ao meio ambiente nem sempre afeta a uma única pessoa (física ou jurídica) ou a administração pública (federal, estadual ou municipal), como ocorre em outros crimes como o homicídio, o roubo, o dano, o tráfico de entorpecentes etc. O crime ambiental sempre atinge a coletividade, ou seja, a várias pessoas integrantes de uma parte do planeta. Assim, quando o meio ambiente é lesado, essa lesão atinge a todos nós, inclusive parentes e amigos, sem contar aquelas pessoas que estão por nascer, que já encontrarão um ambiente degradado e poluído, concluindo-se que além do resultado inicial, a extensão do dano ambiental se projeta no espaço e no tempo. A poluição de um rio, por exemplo, irá atingir várias pessoas e no seu curso, às vezes transpondo fronteiras, atingirá outros Estados ou Países e via de conseqüência pessoas desconhecidas do autor do crime. A fumaça originada de uma queimada será levada para a atmosfera e irá comprometer as chuvas e a camada de ozônio cujos efeitos irão refletir sobre todo habitante do planeta. É preciso atentar que quando alguém pratica um crime ambiental, não pode imaginar sua extensão espacial ou temporal, pois seu ato, como já mencionamos, poderá vir atingir pessoas desconhecidas e as que estão por nascer, inclusive seus descendentes. Portanto, qualquer um, seja quem for, além do dever legal, tem o dever moral de defender e preservar o meio ambiente, com todos os aspectos que o compõe: os animais, a floresta, os rios, a atmosfera, o solo, o patrimônio histórico ou qualquer outro bem tutelado pela lei ambiental, em seu prol e de toda a humanidade.
quarta-feira, maio 23, 2007

Senhor, sabes tu que houve um tempo em que me lamentei não ter os olhos azuis, a pele branca e os cabelos claros. Admirava os nórdicos, os germânicos, os romanos dos filmes épicos, e sonhava ser um deles. O tempo passou e vi o quanto seria impossível realizar esse sonho. Ainda bem. Só tu sabes aquilo que é permitido. Estaria eu imensa e eternamente arrependido da asneira se por acaso tivesses atendido meu estúpido desejo. É que me conscientizei. Essa consciência estava em mim, no meu sangue, mas ainda não aflorara. Pulsa em mim o sangue de meus antepassados desta terra que dizem ter sido descoberta há 500 anos. Descoberta como? Meus ancestrais estavam aqui aos milhões, tranqüilos, serenos, belos, puros, ingênuos, com a pujança da raça, inclusive os amazônidas, tetravós dos tetravós de meus tetravós. Viviam como Adão e Eva num imenso paraíso terrestre, sendo dizimados pelo dilúvio da ambição do alienígena. Gostaria de abraçar ternamente cada irmão que resta dos antigos habitantes desta abençoada terra. E hoje, olhando-me no espelho, lamento não ter tão acentuado os traços de minha origem, assim como todos que devem se orgulhar de seus antepassados, sejam eles, brancos, negros, amarelos. Mas, com o que me resta, orgulhosamente me sinto índio. Não, eu sou um índio. E gosto de sê-lo, para sempre. Amém.
Castanhal/PA, 22 de abril de 2000
Salmo 133 - A excelência do amor fraternal - 08/05/2020
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